Os três últimos anos foram os piores desempenhos do programa Gestão de Riscos e de Desastres. Esta situação reflete a precarização das estruturas públicas existentes para satisfazer as necessidades do enfrentamento as situações de risco e o fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
No caso de Pernambuco existe um agravante, ressaltado pelo colunista do UOL Carlos Madeiro em 07.06.2022: “após uma auditoria em 2020, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou o governo federal que o atraso no repasse de verbas ao projeto de contenção de encostas no Recife deixaria milhares de pessoas vivendo em áreas de alto risco. Naquela época, as obras já se arrastavam por oito anos. O cronograma dos trabalhos havia sido estipulado em 2012, quando um termo de compromisso foi assinado entre a prefeitura do Recife e o então Ministério das Cidades (hoje MDR, Ministério do Desenvolvimento Regional).”
Isso mostra que o desastre recente não tem só causas naturais, mas decorre do desmonte progressivo de estruturas e políticas que poderiam salvar vidas humanas. Como no caso das mortes por Covid no país, o desastre poderia ter sido evitado, e existem gestores e políticas de desmonte a serem responsabilizados.
Coordenação Executiva Nacional da ABED. Em, 8 de junho de 2022.