Série de Entrevistas ‘Cinco Perguntas’

Cinco perguntas para o pesquisador Aloísio Sérgio Barroso

Cinco perguntas para o pesquisador Aloísio Sérgio Barroso

1. As crendices sobre o mercado eficientes

No prefácio do seu livro, Uma Economia Política da grande crise capitalista (2007-2017).
Ascensão e ocaso do ...
Neoliberalismo, o professor Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo afirma:

“O autor deste precioso livro demonstra cabalmente que a crise financeira se esgueirou silenciosa nos subterrâneos da economia globalizada, enquanto os acólitos midiáticos e acadêmicos evangelizavam o público com as crendices sobre os mercados eficientes e ‘competitivos’ povoados por agentes racionais e otimizadores.”

Queria te perguntar se as “crendices” impediram que os economistas enxergassem a tormenta se aproximando e pedir para você nos apresentar o livro.

2. Espectros da Crise Global

No primeiro capítulo, Espectros da Crise Global, vc defende que a crise bancária-financeira que teve como epicentro os EUA e depois de espraiou para o resto do planeta, não deve ser interpretada como uma fase recessiva, transitória, na história do capitalismo, mas um longo período que se abre à depressão.

Quais as principais diferenças entre as duas situações e elementos que apontam para uma fase mais aguda da crise capitalista?

3. Globalização financeira

No segundo capítulo, você cita 15 autores que:

“Na evolução dos anos 1990, como nos mostram sistematicamente (...) por exemplos:
a) conectam-se forte e globalmente os processos de desregulamentação/liberalização como traços marcantes da “globalização financeira”;
b) os novos instrumentos do capital financeiro sobrepujam crescentemente o antigo sistema de intermediação bancária;
c) anuncia-se explicitamente uma nova era de instabilidade (e crises financeiras) na economia capitalista.”

Você poderia nos explicar esse trecho e mostrar a ligação desses traços com as crises?

4. A grande crise e tendências do capitalismo contemporâneo

No momento que o trabalho no qual deu resultado a esse livro estava sendo escrito, o mundo não tinha sido ainda sacolejado pela crise sanitária e de saúde provocada pela pandemia do SARS-CoV-2.

No terceiro capítulo, você analisa as tendências do capitalismo contemporâneo levando em conta a grande crise financeira-bancária. Na subseção Desemprego Estrutural e Crescente, você cita um estudo de Jerome GLENN (diretor-executivo e cofundador do projeto Millennium) no qual ele aponta um cenário muito perigoso, diante de tantas mudanças no padrão técnico-científico vigente.

Diz ele: “A expectativa é que a biologia sintética estimule o crescimento econômico, mas também seja fonte para os desastres biológicos e insumo para o terrorismo”.

Assim, pergunto: É possível estabelecer uma relação entre a grande crise tratada no terceiro capítulo do seu livro e a pandemia causada pelo SARS-CoV-2? Pode-se construir algumas correlações?

5. Retrocessos civilizatórios inigualáveis

Nas suas considerações finais do capítulo 4, está o seguinte trecho:

“Por óbvio, entre 2007 e 2017 revelaram-se nefastas as consequências econômicas, políticas e sociais do cataclismo, com retrocessos civilizatórios inigualáveis.”

Você poderia comentar esse trecho e as conclusões do seu estudo?
[+] Show More