8 de março de 2022 – A luta centenária das mulheres pela igualdade

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Nota da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia no Dia Internacional da Mulher 2022

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Neste ano celebramos os 112 anos da criação do Dia Internacional da Mulher. Esta data nos remete a múltiplas histórias das lutas feministas e operárias, registradas nas memórias pessoais, sociais e políticas do mundo Ocidental. A luta pela cidadania alterou as perspectivas de milhares de mulheres em diversas áreas da sociedade ocidental. As ativistas feministas fizeram campanhas pelo reconhecimento dos seus direitos e os alcançaram lentamente, ainda que se mantenham grandes desafios para que estes sejam integralmente vividos. O dia 8 de março torna-se um momento de lembranças daquelas vidas que resistiram, das lutas e experiências. A História esqueceu as mulheres, como se nós estivéssemos fora do tempo e do acontecimento. Mas, pela memória o passado vem à tona, a lembrança é social e coletiva e serve como uma âncora para cada pessoa e para a sociedade.

Portanto, a memória coletiva das mulheres tem um dia especial para revisar este legado, refletir sobre o presente e projetar o futuro – o dia 8 de março. Nas últimas décadas, foram tantas as histórias contadas sobre as origens desta data, do incêndio da fábrica têxtil no ano de 1911, em Nova York, no qual morreram cerca de 125 operárias. Outras afirmam que a escolha desta data é uma homenagem à greve das trabalhadoras russas de 8 de março de 1917. Uma coisa é certa: esta definição é para celebrar as lutas das mulheres pela cidadania e pela igualdade e origina-se nas organizações feministas e operárias que em 1910 iniciaram uma luta pela igualdade na família e no trabalho, que ao longo do tempo espalhou-se pelo planeta. E, em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu as lutas das mulheres do mundo e oficializou o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.

As comemorações no Brasil remontam também às lutas das mulheres sufragistas e trabalhadoras, silenciadas a partir de 1964 e ressurgidas a partir de 1978 com as organizações feministas e de mulheres. Hoje as mulheres brasileiras estão assombradas com a pregação do governo contra direitos e conquistas femininas que asseguram direitos fundamentais escritos na Carta Constitucional de 1988. E para nossa tristeza vemos o Brasil como um dos líderes de uma aliança ultraconservadora – Consenso de Genebra – composta por 39 países violadores de direitos das mulheres, que tem no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos um instrumento de promoção desta agenda no país e agora no mundo. Uma posição que contradiz a histórica participação do Brasil na defesa da igualdade de gênero e dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no mundo.

A pandemia da covid19 vicejou no momento que o Estado, comandado pelo governo Bolsonaro, abandonou às mulheres a sua própria sorte e exacerbou o quadro de desigualdade que empurrou milhares de mulheres para a inatividade. E vemos que o bolsonarismo é uma postura leniente e submissa com o passado patriarcal e escravista ainda presente na sociedade. Em 2021, viu-se a vitória da vacina no combate à pandemia, mas é preciso resistir diante de todo o sofrimento da miséria e da fome que ronda a população brasileira. Resistir é preciso, porque ser mulher, pobre e negra define o rosto dos miseráveis do Brasil.

Nota da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia

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