Wilson Cano: “é possível ainda, para este país, ter um futuro promissor?”

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Economistas pela Democracia finalizam livro em sua homenagem por César Locatelli

Foto Wilson Cano: Olga Vlahou, Revista Carta Capital

Preocupado com a baixíssima taxa de investimentos e o desmonte, iniciado por Temer/Meirelles, do único grande financiador brasileiro do investimento privado, o BNDES, o professor Wilson Cano termina um de seus últimos artigos, em 2017, com a pergunta acima. É muito provável, no entanto, que sua pergunta fosse menos uma dúvida e mais um chamamento à ação. Ele certamente não perdeu a esperança e agiu constantemente para que um dia nosso país se desenvolvesse de forma soberana e igualitária, social e regionalmente.

Um indício de sua persistência nessa busca foi a criação de um site, em 2019, com praticamente todos seus livros, artigos e mesmo notas de aulas. Diz ele: “essas ‘Notas de Aula’ contemplam os 11 temas do curso, e podem constituir uma espécie de ‘Roteiro’ ou ‘Guia’ para docentes e também para alunos”. De fato, não seria simples substituí-lo na disciplina Desenvolvimento Econômico, na pós-graduação do Instituto de Economia. Afinal, como assinala o professor Luiz Gonzaga Belluzzo: “Wilson, sem dúvida, é um dos principais arquitetos do ‘pensamento da Unicamp'”.

Wilson Cano e o desenvolvimento regional e urbano brasileiro é o título do livro, previsto para meados de julho próximo, que a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) está finalizando. Concebido em três eixos: a vida profissional e a obra do professor Cano, a questão regional e urbana em âmbito nacional e o terceiro lida com as trajetórias e perspectivas das economias regionais e estaduais.

“Pense em desenvolvimento regional e urbano no Brasil. Que nome vem à cabeça? Wilson Cano. Sem prejuízo das suas relevantes contribuições nos campos da historiografia brasileira e da análise de política econômica brasileira, latino-americana e internacional, foi no campo do desenvolvimento regional e urbano que o Professor Cano deixou as mais reconhecidas obras”, conta Antônio Galvão, membro do grupo editorial da ABED.

O percurso do professor Cano no campo do desenvolvimento regional e urbano é marcado pela trilogia composta pelo premiado Raízes da concentração industrial em São Paulo (São Paulo, DIFEL Editora, 1977), que cobre o período até 1930; pelo Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil: 1930-1970 (São Paulo, Editora Global, 1985) e pelo Desconcentração produtiva regional no Brasil: 1970 – 2005 (São Paulo, Editora da Unesp, 2008). Esses três livros, e ainda outros doze, podem ser baixados gratuitamente.

A homenagem a Cano é a segunda empreitada da ABED. No ano passado, a ABED lançou Celso Furtado: os combates de um economista, para celebrar os 100 anos de seu nascimento. Além das parceiras com a Editora Expressão Popular e a Fundação Perseu Abramo, a ABED conta ainda com o apoio de outras dez fundações partidárias organizadas em torno ao Observatório da Democracia e de associações sindicais, como a Afipea, a Assecor e a UNACON Sindical, além do próprio Cofecon.

Ao desenvolver seu site, Wilson Cano queria fazer dele um local de diálogo  e “colaborar para que tenhamos também, mais um dos hoje raros canais para debater democraticamente a complexa crise que nos envolve. Colaborar, sempre que possível, denunciando as muitas mentiras e engôdos com que a maioria dos ‘ilustrados’ tenta, ‘da Colônia à República’ nos enganar”. Na mesma sintonia caminha a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia ao homenageá-lo.

Para baixar o livro, clique em Wilson Cano e o desenvolvimento regional e urbano brasileiro.

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