O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) quer um sistema financeiro internacional mais multipolar, diz a chefe da instituição
O NBD está atualmente avaliando pedidos de adesão de quase 15 países, disse a chefe do emprestador multinacional Dilma Rousseff na terça-feira (22) em entrevista ao Financial Times.
Dilma Rousseff, ex-presidente brasileira que atualmente dirige o banco com sede em Xangai, disse que, provavelmente, serão admitidos quatro ou cinco novos membros, mas recusou-se a identificar os países.
O banco dos BRICS, de acordo com ela, entende a diversificação da sua representação geográfica como uma de suas principais prioridades atuais.
“Esperamos emprestar entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões este ano”, disse ela ao Financial Times. “O nosso objetivo é chegar a cerca de 30% de tudo o que emprestamos… em moeda local.”
Ela acrescentou que o NBD está planejando começar a emprestar nas moedas sul-africana e brasileira, em uma tentativa de reduzir ainda mais a dependência do dólar norte-americano, já que é objetivo do banco promover ativamente um sistema financeiro internacional mais multipolar.
Segundo Dilma Rousseff, a instituição internacional vai emitir dívida em rands para empréstimos na África do Sul e fazer “a mesma coisa no Brasil com o real”.
“Vamos tentar fazer um swap cambial ou emitir dívida. E também em rúpias”, disse ela, acrescentando que o banco já empresta em renminbi.
O grupo BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, lançou o NBD em 2014 com o objetivo de fornecer financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
O banco abriu formalmente para negócios em 2015, e Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito e Uruguai aderiram posteriormente. O NBD foi fundado como uma alternativa às instituições financeiras dominadas pelos Estados Unidos, como o FMI e o Banco Mundial.
Publicado originalmente por RT | Tradução por César Locatelli.