Economista propõe taxa mínima de 2% sobre grandes fortunas

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imagem: Unsplash

texto: Gabriel Benevides

O economista francês Gabriel Zucman apresentou uma proposta para a taxação das grandes fortunas dos “super-ricos”. A sugestão é implementar uma alíquota anual mínima de 2% sobre a riqueza acumulada daqueles que possuem mais de US$ 1 bilhão. Segundo Zucman, essa medida impactaria um grupo de aproximadamente 3.000 pessoas em todo o mundo e poderia gerar uma arrecadação global entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões. Zucman argumenta que essa taxação não substituiria, mas apoiaria políticas tributárias progressivas já existentes, aumentando a transparência sobre a riqueza no topo da pirâmide social e reduzindo os incentivos para a evasão fiscal.

A proposta de Zucman se alinha com as ideias defendidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Haddad tem promovido a discussão sobre a taxação dos super-ricos no G20, defendendo que uma medida global seria mais eficaz do que iniciativas isoladas de países individuais, que poderiam levar a uma “guerra fiscal” entre nações. Zucman ressaltou a importância da troca de informações entre países e da coordenação internacional para evitar que os ricos transfiram suas fortunas para nações com cargas tributárias mais baixas. Ele também enfatizou a necessidade de mapear as informações de propriedade beneficiária das multinacionais e criar novos padrões de relatórios para indivíduos com patrimônio ultra-alto.

No entanto, a proposta enfrenta resistência de alguns países, como os Estados Unidos. Zucman reconheceu que a ideia é iniciar um debate e não fornecer uma solução definitiva. Ele acredita que, mesmo com avaliações imperfeitas, a implementação da taxação representaria uma melhoria significativa em relação ao status quo. Haddad, por sua vez, tem buscado apoio internacional para a proposta, inclusive se reunindo com o papa Francisco para discutir o tema. A resistência de países mais ricos, que têm maior influência no cenário internacional, é um dos principais obstáculos para a aprovação da medida.

Uma pesquisa realizada pela Ipsos revelou que 69% dos brasileiros apoiam a taxação maior das grandes fortunas, uma taxa próxima à média do G20, que é de 68%. A pesquisa entrevistou 22.000 pessoas em 22 países, mostrando que a maioria da população dos países do G20 apoia a criação de um novo imposto para grandes fortunas. Apesar do apoio popular, há uma falta de confiança nos governos para implementar essas mudanças, especialmente na Europa. A pesquisa também indicou que os brasileiros são favoráveis ao aumento da carga tributária sobre grandes empresas, com 69% de apoio. Os defensores da taxação argumentam que os recursos arrecadados poderiam ser usados em ações socioambientais e na redução das desigualdades sociais.

publicado originalmente em:

https://www.poder360.com.br/economia/economista-propoe-taxa-minima-de-2-sobre-grandes-fortunas/

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