A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia vem juntar sua voz a toda a sociedade
civil em defesa das instituições democráticas, do respeito ao processo eleitoral e a seus
resultados.
Ameaças de invalidar a manifestação das urnas no próximo pleito vem se avolumando.
Pequenos grupamentos sociais têm se locupletado com a crise política, econômica e social que
se alastra no país. Interesses corporativos e empresariais absolutamente minoritários se
apossaram da máquina pública e querem permanecer a qualquer custo mantendo seus
privilégios, em um quadro que se apresenta cada vez mais caótico do ponto de vista social,
econômico e empresarial. A escalada da inflação e das políticas econômicas inconsequentes,
que só tem resultado em queda geral da renda nacional, se reflete nas sucessivas pesquisas de
opinião pública. Quase dois em cada três brasileiros reprovam o atual governo e sua política
econômica. Neste contexto, onde a derrota eleitoral em outubro se consolida como destino
anunciado, integrantes do governo, a começar pelo próprio presidente da república, buscam
motivos para desacreditar o resultado das urnas e tentam se perpetuar de forma ilícita no poder.
A total incapacidade de superar a crise, pela qual as políticas econômicas adotadas são as
principais responsáveis, se soma a atitudes absolutamente predatórias quanto ao meio
ambiente. Os indicadores de desmatamento na Amazônia, aferidos para o mês de abril, são os
maiores até aqui verificados. Rendimentos do trabalho, em suas diversas modalidades de
vínculos ocupacionais, nunca estiveram tão aviltados.
Os lucros e dividendos da Petrobrás, a serem apropriados por um grupo mínimo de pessoas,
seus acionistas privados, às custas de toda a nação, atingiram no trimestre passado R$ 48
bilhões, enquanto as sistemáticas altas dos preços dos combustíveis incendeiam a inflação, que
contrai o consumo e desorganiza qualquer cálculo empresarial.
Para perpetuar estas condições que somente favorecem os círculos agrupados em torno do
governo federal é que se tenta urdir um golpe, para que tudo possa piorar para quase todos e
para que a inépcia e a má fé possam continuar perseverando em seus intentos de destruir as
instituições e a própria base da organização social em nosso país.
Os arautos do caos querem se manter a salvo da apuração de seus ilícitos e ao mesmo tempo
preservar seu poder de forma arbitrária e solerte, ao arrepio da lei e das instituições. O povo
brasileiro quer a paz, a estabilidade política e social e a retomada do desenvolvimento do país.
E vai manifestar nas urnas sua vontade.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ECONOMISTAS PELA DEMOCRACIA