Nota de Repúdio à fala de Armínio Fraga
14 de abril de 2025
imagem: ABED
A Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia (ABED) repudia de forma contundente a fala do economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, durante a Brazil Conference, realizada em 12 de abril de 2025 nas universidades Harvard e MIT, nos Estados Unidos. Fraga defendeu o congelamento dos aumentos reais do salário mínimo por seis anos, sob o argumento de que o sistema previdenciário brasileiro estaria em situação "explosiva".
Essa proposta é elitista, cruel e inaceitável. Mais uma vez, setores das elites financeiras brasileiras tentam jogar o peso do ajuste fiscal nas costas dos trabalhadores, poupando a si próprios de qualquer responsabilidade. É a velha lógica de sempre: o povo paga a conta, enquanto os rentistas continuam sangrando o país com juros escorchantes e lucros recordes.
Fraga e seus pares evitam tocar no verdadeiro problema fiscal brasileiro: o sistema de juros altos, a política monetária que favorece banqueiros, e os privilégios tributários de grandes fortunas e corporações. Em vez de enfrentar esses interesses, preferem mirar o salário mínimo – o principal instrumento de distribuição de renda e combate à desigualdade no Brasil.
A proposta é ainda mais grave por vir de quem sempre esteve ao lado dos que desmontaram as políticas sociais construídas com tanto esforço. Basta lembrar que após o golpe parlamentar de 2016, com o apoio de setores do mercado financeiro, foi implantado o programa "Uma Ponte para o Futuro", do governo Temer, que interrompeu os aumentos reais do salário mínimo e aprofundou o desmonte do Estado. No governo Bolsonaro, o congelamento continuou, com perdas reais para quem vive do trabalho.
O aumento real do salário mínimo foi decisivo para a melhoria da vida de milhões de brasileiros, ajudando a reduzir desigualdades sociais e regionais, além de dinamizar a economia nacional. Atacar essa política é atacar diretamente a população mais pobre e trabalhadora do Brasil.
É importante lembrar que durante o período em que os aumentos reais do salário mínimo foram interrompidos, entre o golpe parlamentar de 2016 e o final do governo Bolsonaro, a situação fiscal não melhorou — ao contrário, ela se agravou. O congelamento dos salários não trouxe o equilíbrio prometido e ainda aprofundou a desigualdade, desvalorizou o trabalho e estrangulou a renda de milhões de brasileiros.
Rejeitamos com firmeza qualquer proposta que retire direitos e agrave a desigualdade. E reafirmamos: quem deve pagar pela crise são aqueles que mais lucram com ela. As elites financeiras precisam, finalmente, assumir sua parte no ajuste fiscal — e não seguir fugindo de suas responsabilidades históricas.
Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia (ABED)
Leia aqui as notas da Abed.

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Saiba mais7 comentários
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Sugestão infeliz de um economista de solida formação e renomada experiência no. Banco Central e no setor privado. Será que surtou?
Esse petista de M. Porque não sugere acabar com lagostas,vinhos,etc. O STF. Mordomias de viagens.
Esse petista de M. Porque não sugere acabar com lagostas,vinhos,etc. O STF. Mordomias de viagens.
Arminio Fraga deveria testar a sua sugestão. Passar 6 anos, vivendo apenas com salário mínimo congelado.Após esse período gostaria de saber a sua opinião.
Arminio Fraga deveria testar a sua sugestão. Passar 6 anos, vivendo apenas com salário mínimo congelado.Após esse período gostaria de saber a sua opinião.
Boa ??! Gostaria de SABER se Arminio Fraga, ficaria,por 6 meses,sem receber os seus salários vultosos,Hein
Pq ao invés de usar a taxa Selic para encarecer a mercadoria dinheiro,(real) não se utiliza do recolhimento compulsório dos depósitos bancários?