“O único país com condições de negociar com os EUA é a China”, diz economista
7 de abril de 2025
imagem: Jornal GGN
texto: Camila Bezerra
Adhemar Mineiro analisou ainda os impactos da viagem de Lula à Asia e o desmonte da OMS durante entrevista à TVGGN .
O programa TVGGN 20H desta terça-feira (1º) contou com a participação de Adhemar Mineiro, graduado em Ciências Econômicas, com passagem pelo Dieese, para analisar o comércio exterior e analisar a recente viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Ásia.
Na semana passada, Lula esteve no Japão, viagem que teve como objetivo expandir o comércio entre os dois países, tendo em vista que o fluxo comercial caiu de US$ 17 bilhões para US$ 11 bilhões desde 2011.
“Nos anos 1970, o Japão teve o papel para o Brasil que a China tem nos últimos 10 anos. Então, toda a expansão da exportação do minério de ferro da Vale se deu pela ampliação da compra pelo Japão. Toda a ampliação da área plantada de soja e os problemas de ocupação dos cerrados se deram com a ampliação da exportação do Japão, inclusive pelo incentivo da agência de exportação japonesa”, resgatou o economista.
Como resultado da viagem da comitiva presidencial ao país, foram assinados dez acordos bilaterais e 80 instrumentos de cooperação.
“O Japão demonstra muito interesse na compra de etanol e nas possibilidades de GNV, pois está tentando mudar a matriz energética”, emenda o entrevistado.
Já em relação ao Vietnã, por onde Lula e sua delegação também passaram, Adhemar Mineiro afirmou que o cenário comercial do país asiático mudou muito nos últimos 10 anos.
Uma década atrás, o Vietnã era fornecedor de produtos têxteis, enquanto hoje se posiciona como exportador, basicamente, de produtos eletrônicos.
Trump
O convidado avaliou ainda a atuação do presidente norte-americano Donald Trump, que nesta quarta-feira (2) prometeu anunciar as tarifas de importação que vai aplicar sobre produtos de vários parceiros comerciais.
“Vários países estão em posição de espera, acho até que em posição de espera demais. eu acho que já deveriam ter organizado formas mais efetivas de atuação”, pontua Mineiro.
Para o economista, a postura passiva dos líderes mundiais reforça o protagonismo dos Estados Unidos. “Quando você já deveria ter, a esta altura, caminhado no sentido de uma negociação maior entre os outros países para tentar fazer uma negociação em conjunto com os EUA. No mano a mano, o único que tem cacife para negociar com os EUA é a China”, continuou o entrevistado.
Adhemar Mineiro falou ainda sobre o desmonte da Organização Mundial do Comércio e a situação da Europa nesta nova dinâmica global.
Confira a entrevista na íntegra:
publicação original:

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