IBC-Br mostra forte expansão da economia brasileira

imagem: paulogala.com.br

texto:Paulo Gala

O destaque da manhã foi o IBC-BR, indicador do Banco Central que antecipa o PIB, com uma alta de 0,8% em setembro em relação a agosto, indicando uma economia brasileira aquecida. Nos últimos 12 meses, o índice acumula uma alta de 2,97%, sugerindo um crescimento do PIB próximo de 3% em 2024. No terceiro trimestre, o IBC-BR registrou um aumento de 1,12% em comparação com o segundo trimestre, atingindo a máxima histórica da série, o que reforça o cenário de forte atividade econômica.

Além disso, outros indicadores econômicos também estão em máximas históricas: a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e o desemprego ajustado sazonalmente está na mínima histórica. O PMI de Serviços para setembro e outubro indica aceleração na economia brasileira, e o crescimento de 1,12% no trimestre está alinhado com a força do mercado de trabalho, refletida em um recorde de pedidos de demissão voluntária, com pessoas migrando para empregos melhores, indicando um PIB em expansão.

Por outro lado, esse aquecimento econômico pressiona a inflação. Observamos uma economia aquecida, mercado de trabalho apertado e o IGP-10 da FGV mostrando inflação de 1,45% em novembro, acima dos 1,34% de outubro. No ano, o índice acumula alta de 5,41%, com o IPA agrícola subindo 3,88% em novembro e o IPA industrial avançando 1,11%. O IPC, dentro do IGP, subiu 0,23%, e o INCC aumentou 0,58%. Esses aumentos, especialmente no setor de construção civil, já estão impactando a lucratividade das construtoras, conforme revelado nos balanços das empresas.

Ontem, foi anunciado um pacote de corte de gastos que deve totalizar R$ 70 bilhões em dois anos, com R$ 30 bilhões para o próximo ano e R$ 40 bilhões para o seguinte, incluindo ajustes na previdência dos militares e um aumento real de 2,5% no salário mínimo ao ano. Embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados, as medidas parecem ser um ajuste interessante. Destacou-se também o pronunciamento de Gabriel Galípolo, reafirmando o compromisso com a meta de inflação, o que levou a uma queda na ponta longa da curva de juros. Hoje, Campos Neto pode dar novas declarações sobre o pacote, apesar do feriado e eventos como o G20 no Rio, que podem atrasar o anúncio.

Nos Estados Unidos, a inflação foi de 0,2% no índice cheio e 0,3% no núcleo, em linha com o esperado. Com o “Trump Trade” aquecido, o real segue desvalorizado, enquanto o dólar se fortalece globalmente, com o índice DXY subindo quase 7% nos últimos 30 dias, superando 106,16, um movimento que pressiona moedas emergentes.

A expectativa é de que Jerome Powell, do Federal Reserve, fale hoje. A perspectiva é de que o Fed possa cortar juros em 0,25 ponto percentual na próxima reunião, levando a taxa para 4,5%, antes de manter o nível nos próximos meses. A curva de juros nos EUA permanece invertida, com o juro de longo prazo mais alto do que o de curto prazo, refletindo o temor de inflação, especialmente diante de pressões como tarifas comerciais e políticas fiscais mais restritivas no governo Trump, que devem continuar impulsionando o dólar

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