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Caminhar em paz com a Terra. Requisito para a paz entre os humanos

15 de outubro de 2024

https://www.ihu.unisinos.br/images/ihu/2024/07/18_07_terra_paz_getarchive.png

imagem: IHU

texto: Alberto Acosta e Enrique Viale

“Aceitemos, sem rodeios, que a humanidade está numa encruzilhada. Se continuarmos no mesmo caminho, no melhor dos casos, apenas uma parte dos seus membros conseguirá sobreviver ao colapso ecológico. Para nós, aceitar esse destino é intolerável. Exigimos uma mudança de rumo, com transições que permitam, simultaneamente, aliviar os impactos do colapso que nos assola, ao mesmo tempo que reforçamos, construímos e reconstruímos outras formas de vida limitadas aos ciclos ecológicos em chave de justiça social e de democracia radical”. A reflexão é de Alberto Acosta e Enrique Viale, em artigo publicado por International Rights of Nature Tribunal, 15-07-2024. A tradução é do Cepat.

Alberto Acosta e Enrique Viale são, respectivamente, economista equatoriano e advogado ambiental argentino, juízes do Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza e membros do Pacto Ecossocial Intercultural do Sul. São coautores de um livro a ser publicado proximamente sobre estes temas.

 

Eis o artigo.

 


“Não há caminho para a paz; a paz é o caminho” (Gandhi).


 

Aceitemos, sem rodeios, que a humanidade está numa encruzilhada. Se continuarmos no mesmo caminho, no melhor dos casos, apenas uma parte dos seus membros conseguirá sobreviver ao colapso ecológico. Para nós, aceitar esse destino é intolerável. Exigimos uma mudança de rumo, com transições que permitam, simultaneamente, aliviar os impactos do colapso que nos assola, ao mesmo tempo que reforçamos, construímos e reconstruímos outras formas de vida limitadas aos ciclos ecológicos em chave de justiça social e de democracia radical.

Para isso, construamos alternativas de êxodo da atual civilização da mercadoria e do desperdício como faria Picasso, quando pintava suas grandes obras. O artista espanhol costumava sobrepor várias perspectivas diferentes da mesma imagem até criar uma pintura onde o belo e o abstrato se uniam com maestria. Reconhecendo a complexidade da tarefa, utilizemos o seu método para propor múltiplas opções – sobrepostas, temporárias e sucessivas – diante da falta de sentido criada pela civilização do capital.

Por isso, hoje mais do que nunca, acreditamos que é necessário multiplicar os esforços para caminhar em paz com a natureza em Nossa América, que é puxada por forças contrárias, algumas que incentivam cada vez mais a destruição e outras que a defendem. Na Argentina, o governo reforça o extrativismo e ameaça acabar com as leis ambientais, propondo uma caça aos ambientalistas, exacerbando a desigualdade e o conflito social sob um regime autoritário que prioriza os interesses corporativos.

No Equador, um governo de transição celebra um acordo com grandes empresas de mineração ao mesmo tempo que desencadeia ações violentas contra comunidades que defendem os seus territórios, a fim de aprofundar ainda mais a exploração dos recursos naturais. Em outros países, mesmo com governos progressistas, como no caso do Brasil e da Colômbia, a expansão do extrativismo de todos os tipos continua. Enquanto isso, a resistência se multiplica por toda parte para proteger os territórios, como espaços de vida.
Diante deste cenário conflituoso, comemoramos o empenho do governo colombiano que prioriza a paz com a natureza como tema central na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade – COP 16, que será realizada no final do ano em Cali, Colômbia.

Direitos Humanos e Direitos da Natureza, uma dupla de vida

A defesa e proteção dos territórios é fundamental para vivermos juntos em paz. A destruição da natureza afeta as próprias bases da existência e agrava os conflitos sociais. Na prática, para superar este caminho de autodestruição, devemos promover a validade combinada dos Direitos Humanos e dos Direitos da Natureza: trata-se de uma somatória de direitos existenciais para garantir uma vida digna para seres humanos e não humanos.

 


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