Associação Brasileira de Economistas pela Democracia

Defesa da Democracia, da Soberania Nacional e do Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável do Brasil

 

 
 
 

 

As Engrenagens Mundiais Assentadas na Lógica do Lucro Nos Levaram ao Colapso Climático

Em entrevista ao IHU Unisinos, João Pedro Schmidt discute a relação entre o sistema econômico global e a crise climática. Schmidt argumenta que a lógica do lucro, que orienta as engrenagens do capitalismo mundial, tem levado o planeta a um ponto crítico de colapso ambiental. Ele destaca que essa lógica não considera os limites naturais do planeta, resultando em práticas econômicas e industriais insustentáveis que degradam o meio ambiente. Além disso, Schmidt ressalta que essa situação é exacerbada pela desigualdade social, onde as populações mais vulneráveis são as que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas, apesar de serem as que menos contribuem para o problema.

Schmidt também critica a ineficácia das políticas ambientais atuais, que muitas vezes são moldadas por interesses corporativos em vez de serem baseadas em ciência e justiça social. Ele aponta que muitas iniciativas “verdes” são, na verdade, estratégias de marketing que não abordam as causas profundas da crise climática. Segundo Schmidt, para enfrentar a crise de forma eficaz, é necessário um repensar radical das estruturas econômicas e sociais, priorizando a sustentabilidade e a equidade. Ele sugere que movimentos sociais e ambientais desempenham um papel crucial em pressionar por essas mudanças e em promover uma consciência coletiva sobre a importância de proteger o planeta.

No contexto das soluções, Schmidt defende uma transição para um modelo econômico que valorize a regeneração ambiental e a justiça social. Ele menciona a importância de políticas públicas que incentivem práticas agrícolas sustentáveis, energia renovável e a redução do consumo de recursos naturais. Schmidt enfatiza que essas mudanças não só ajudarão a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, mas também poderão criar novas oportunidades econômicas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. No entanto, ele alerta que essas transições devem ser planejadas e implementadas de maneira justa, garantindo que ninguém seja deixado para trás.

A entrevista conclui com Schmidt chamando a atenção para a necessidade urgente de ação coletiva. Ele acredita que a mudança deve partir tanto de iniciativas governamentais quanto de ações individuais e comunitárias. Schmidt destaca que a educação ambiental é fundamental para empoderar as pessoas a tomarem decisões mais conscientes e sustentáveis em suas vidas cotidianas. Ele encerra enfatizando que, apesar dos desafios, ainda há esperança de reverter o curso da crise climática se houver uma mobilização global em prol de um futuro mais sustentável e justo.
Fonte: IHU Unisinos. Para ler a entrevista completa, acesse aqui.